O DÓLAR, O BRAZIL E O BODE
25 de Julho de 2002

Por Salini

No Brazil, foi inventada uma particularíssima metodologia para a "solução" de problemas, conhecida pelo pitoresco nome de "técnica do bode". É simples, vejamos um exemplo: algumas pessoas estão em uma sala fechada e sentindo um odor desagradabilíssimo; se entreolham, algumas comentam sobre a situação degradante a questão submetidas. Então, introduz-se, na sala, um bode. O odor que já era nauseante, torna-se insuportável. Ninguém aguenta a fedentina do bode e todos começam a reclamar, com extrema veemência, do administrador da tal sala. Passado algum tempo, o administrador, com toda a pompa, retira o bode da sala... E todos respiram aliviados. Mas o odor, anterior ao bode, continua lá, com a mesma intensidade!

O dólar que, até recentemente, estava cotado a R$ 2,30, já passa dos R$ 3,00. É o resultado do conluio do governo brazileiro com a agiotagem internacional. Nas semanas imediatamente anteriores à eleição de outubro, o mesmo conluio, com grande pompa, anunciará o recuo do dólar para os R$ 2,30 de outrora... E todos respirarão aliviados. Com a proximidade das eleições, e sem ter como promover qualquer melhora na economia, os governantes dos brazileiros apelaram para a técnica do bode. 

A situação econômica brazileira é caótica, de absoluta depressão. A venda de carros novos caiu quase 20%. O nível de desemprego é similar ao constatado nos Estados Unidos da América do Norte e na Inglaterra no auge da grande depressão de 1929. Cerca de 66,6 milhões de brazileiros (quase o dobro de toda a população da Argentina) são mendigos ou indigentes, conforme recentes estudos internacionais.

Logo após a eleição, a podridão econômica, agora escondida pela mídia, virá à tona. Seja o criador do genérico em favor do laboratório próprio; o continuismo daquele criado e sustentado pela mesma escola de escravos do atual presidente; ou a cobra criada da Rede Globobo, que tanto se esmera em utilizar, em seus discursos,  jargões de uma certa religião e de sociedades secretas... Pouco importa quem vencerá as eleições para presidente, o caos será total. O continuismo, a subserviência e o "pagamento" da "dívida" estão garantindos... Sempre estiveram.