O BRAVO FRANCISCO DE PAULA DO AMARAL SARMENTO MENA

A 16 de Julho de 1836 a cidade de Porto Alegre estava completamente cercada pelos Revolucionários Farroupilhas e os imperialistas brasileiros procuravam, por todos os meios, repelir os revolucionários.
Atacados, repentinamente, por 23 imperialistas no campo da Azenha, um pequeno grupo Farroupilha, composto de 40 homens comandados por Antônio Manuel do Amaral Sarmento Mena, defende-se briosamente. Ouvindo o tiroteio, a toda brida parte para o campo da luta o irmão de Antônio Manuel, Francisco de Paula do Amaral Sarmento Mena, que, vendo o irmão ferido, assume o comando da pequena força sendo, também, ferido, e gravemente. Dos imperialistas, 19 jaziam mortos, um gravemente ferido e outros dois prisioneiros.

No dia 18, em conseqüência do ferimento recebido, falece o bravo Francisco de Paula do Amaral Sarmento Mena, moço ainda, e poeta de valor. Sua morte foi sentidíssima, sendo espalhado, no dia do sepultamento (19) o seguinte soneto, sem designação de autor:

 

Tranqüilo no teu fim como Juliano
expiraste, Amaral, mortos deixando
vinte malvados do contrário bando,
escravos de Feijó, cruel tirano.

Em vão esse regente desumano
irado contra nós se vai mostrando;
em vão vai nossa pátria devastando,
querendo executar terrível plano.

As idéias da sã democracia
que inspiraste, Amaral, à tua gente,
não baixarão contigo à campa fria.

Justiça há de fazer-te o Sul prudente,
quando enfim proclamar com alegria
a República livre e independente.

 

  Fonte: "A Revolução Farroupilha", de Walter Spalding.