Dinamarca: Parlamento aprova lei sobre autonomia alargada da Gronelândia

Copenhaga, 19 Mai (Lusa) - O Parlamento dinamarquês aprovou hoje por uma ampla maioria a lei sobre a autonomia alargada da Gronelândia, território da Dinamarca no Atlântico Norte, revelou fonte parlamentar.

 

Agência Lusa
21:10 Terça-feira, 19 de Mai de 2009

 

Copenhaga, 19 Mai (Lusa) - O Parlamento dinamarquês aprovou hoje por uma ampla maioria a lei sobre a autonomia alargada da Gronelândia, território da Dinamarca no Atlântico Norte, revelou fonte parlamentar.

Todos os partidos, à excepção do Partido do Povo dinamarquês (extrema-direita), votaram o texto, avalizando assim o "sim" a uma maior autonomia dos gronelandeses obtida durante o referendo de Novembro, que lhes abre caminho à independência.

Mais de 75 por cento dos gronelandeses tinham votado "sim" à autonomia alargada desta ilha estratégica do Árctico, sob hegemonia dinamarquesa há cerca de 300 anos, contra cerca de 24 por cento para o "não".

"O dia que esperávamos chegou. Hoje é um dia histórico importante que jamais será esquecido", declarou o chefe do governo local, Hans Enoksen, num comunicado.

Dirigindo os seus "votos mais sinceros a todos os gronelandeses", Enoksen congratulou-se de ver que "os esforços de vários anos deram os seus frutos".

"Somos agora reconhecidos como um povo (...) Teremos o direito de explorar os recursos do nosso subsolo e a nossa língua passa a ser a língua oficial", salientou.

O regime negociado com a Dinamarca, além do direito à autodeterminação e ao seu reconhecimento enquanto povo, concederá aos gronelandeses o direito de controlar os seus próprios recursos minerais (petróleo, gás, ouro, diamantes urânio, zinco, chumbo...).

O novo estatuto entra em vigor a partir de 21 de Junho, dia da festa nacional, que será celebrada na presença da rainha Margarida II da Dinamarca e do primeiro-ministro dinamarquês, Lars Loekke Rasmussen.

A Gronelândia, que tem 57 mil habitantes, entre os quais cerca de 50 Inuits, beneficia de um estatuto de autonomia interna desde 1979. Recebe do Estado dinamarquês subsídios de 3,2 mil milhões de coroas (429 milhões de euros) por ano, cerca de metade do seu orçamento.

A ilha, que vive essencialmente da pesca, escolheu por referendo em 1982 sair da CEE (a actual UE) a 01 de Fevereiro de 1985. Alberga a base de radar norte-americano de Thulé, que será um dos componentes essenciais do futuro escudo antimíssil dos Estados Unidos.

TM.

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