JORNAL NACIONAL DA MENTIRA
03 de Julho de 2004

Todos os dias a rotina se repete, começa o Jornal Nacional e uma avalanche de notícias falsas, pagas, é levada ao ar. Ontem, mais uma "reportagem" sobre a "pirataria" foi levada ao ar. Esta "campanha contra a pirataria" é articulada pela embaixada estadunidense, de Brasília, e paga por multinacionais estadunidenses. O objetivo destes elementos é ampliar o mercado para os produtos estadunidenses, restringindo a entrada de produtos importados da Ásia ou produzidos por pequenos fabricantes locais.

Criaram uma "CPI da pirataria", cujo presidente é o deputado Luis Antonio de Medeiros. Medeiros não foi escolhido por acaso, corruptíssimo, sempre foi serviçal das multinacionais e dos interesses estadunidenses. Na década de 1980 chegou a criar uma central sindical - a Força Sindical - para enfraquecer a Central Única dos Trabalhadores (CUT); tudo com dinheiro estrangeiro.

Pirataria mesmo, praticam estas multinacionais, que simplesmente ignoram as leis locais (ou dos "nativos", como eles preferem), roubam e pirateiam tudo o que possa dar lucro. Roubaram a tecnologia do identificador de chamadas "bina", passaram por cima das patentes que o protegiam. Roubam fórmulas de medicamentos indígenas e pirateiam a fauna e flora do terceiro mundo. As grandes gravadoras de CD parasitam os artistas, que recebem valores irrisórios pelos direitos autorais; a verdadeira quantidade de CDs "originais" fabricados e vendidos, são sempre falsas; as gravadoras roubam os artistas, aliás, são as grandes pirateadoras de CDs.

A rede globobo, construída com dinheiro do grupo Time Life, pelo homossexual Roberto Marinho, e mantida com dinheiro público roubado é o veículo "natural" para veicular estas reportagens falsificadas, mas outras emissoras, como a Record em seu Jornal da Record, também exibem. Não é raro ver uma mesma reportagem, com os mesmos entrevistados falando as mesmas coisas, mesmas cenas, mesmos tudo, em vários telejornais, no mesmo dia.

Esta reportagem, exibida ontem, traz uma nova personagem. A procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf aparece fazendo apelos emocionais para garantir o lucro das multinacionais. É mais uma serviçal dos interesses estrangeiros e serve para mostrar que os norte-americanos controlam a débil justiça tupiniquim que, diga-se de passagem, de justa nada tem.

Uma característica que grande parte destas reportagens plantadas apresenta, é o fato de aparecer uma pessoa "anônima", que se esconde atrás da própria sombra, com voz distorcida, fazendo "denúncias". A pessoa "anônima" é apenas um ator, que foi pago para fazer a cena e enganar os telebobos.

Abaixo segue a transcrição da "reportagem"...

 


Ilegalidade continua    

 

A prisão do homem considerado pela polícia o maior contrabandista do Brasil não afetou o movimento do comércio ilegal em São Paulo.

02/07/2004

A mercadoria fica exposta. A clientela é farta. Os comerciantes estão satisfeitos. Tudo como antes nos shoppings do contrabando em São Paulo, mesmo depois da prisão de Law Kin Chong.

"Ninguém imaginava que um dia ele pudesse ser preso, porque ele tem toda proteção da polícia", conta uma testemunha, que não quis se identificar.

A testemunha trabalha em uma das 1.700 lojas que vendem contrabando na cidade, comércio abastecido por Law Kin Chong.

Preso graças a uma operação do serviço de inteligência da Polícia Federal em Brasília, Law deixou seguidores. De acordo com as investigações, é da casa dele que os negócios estão sendo dirigidos. No comando, a mulher e um irmão.

Ainda segundo a Polícia Federal, os carregamentos continuam chegando da China, para onde Law costumava ir com freqüência. Em imagens, ele aparece em uma das viagens de negócios. Nem a CPI da Pirataria, com toneladas de apreensões, conseguiu golpear o contrabando.

O relatório final da CPI diz: "Tão logo terminavam as apreensões, os encarregados reabasteciam as lojas de produtos ilegais, em uma demonstração clara de força, destemor e pouco caso com as instituições estatais".

E de onde vem a audácia? O delegado que prendeu Law escreveu em um relatório: "Law Kin Chong contava com uma rede de proteção bem ampla e poderosa, que toca os mais altos escalões da República brasileira".

Todos os documentos apreendidos na casa e nos escritórios de Law Kin Chong estão sendo analisados por peritos, em Brasília. O material vai servir de prova contra Law em inquéritos sobre corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão de divisas, falsificação de mercadorias e contrabando.

Entre os documentos, estão agendas que a polícia considera fundamentais para desvendar a rede de proteção em torno de Law.

Nas agendas, telefones de coronéis da PM, fiscais da Receita, investigadores, delegados. Gente que, segundo a testemunha, é paga por comerciantes.

"O valor da propina varia de acordo com o produto vendido. Cada loja de bolsas e CDs contribui com R$ 1.600 por mês. De eletrônicos, roupas e tênis, R$ 700", revela a testemunha.

Esse é o valor da propina em um shopping da Avenida Paulista, de acordo com a testemunha. Só no shopping, são 200 lojas.

"Todos pagam. É uma máfia. Se não, você não consegue trabalhar. Você tem seu comércio fechado", afirma a testemunha.

E para onde vai o dinheiro?

"Primeira e segunda DIG do Deic e a 78, nos Jardins", conta.

Primeira e segunda DIG são delegacias de um dos mais importantes departamentos da Polícia Civil de São Paulo, o Deic; 78 é o distrito policial que deveria combater o crime na região da Avenida Paulista.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que nenhuma denúncia deixa de ser apurada e que irá punir possíveis desvios de condita. A
procuradora de Justiça Luiza Nagib Eluf, que coordena investigações sobre crime organizado, acha que só uma força-tarefa com várias instituições é que capaz de por fim ao contrabando.

"O Brasil deixa de produzir riqueza, perde credibilidade internacional, não gera empregos, não traz nenhum tipo de avanço social e se não for feito esse esforço e agora, imediatamente, eu vejo o Brasil se deteriorando de uma forma irreversível para as próximas gerações", alerta.

Fonte: Jornal (mentiral) Nacional, 02/Jul/2004