
US$ 100 BILHÕES PARA NADA 01 de Dezembro de 2000
O número é oficial, da republiqueta
brazileiresca: desde a venda da Usiminas em 1991, até a do
Banespa na semana passada, as privatizações renderam
US$ 100 bilhões. O impressionante, obviamente, não
é a quantia arrecadada, só a Vale do Rio Doce deveria
valer perto disso e o sistema Telebras o dobro deste valor, mas
sim que esta montanha de dinheiro não serviu para nada, foi
tudo jogado no poço sem fundo do pagamento dos juros das
dívidas.
A imprensa brazileira atrai a atenção
dos tele-bobos para escandalos periféricos e de pequena importância,
para os padrões daquela republiqueta, como o do juiz Lalau,
o da fraudadora Jorgina de Freitas ou sobre a risível e patética
CPI do futebol, quando um (apenas um) dos verdadeiros escândalos
da republiqueta brazileira é o que foi feito com o dinheiro
das privatizações. É difícil imaginar
como gastaram US$ 100 bilhões com o pagamento da tal dívida,
enquanto, apesar disso, aquela republiqueta quadruplicou (desde
1994) o tamanho da mesma dívida.
O dinheiro da privatização não
gerou nenhum beneficiou, não foi construída uma estrada,
uma usina, nem escolas, ou se melhorou os salários em geral.
Na época dos militares, os tele-otários reclamavam
das obras faraônicas, gastavam-se bilhões nelas, mas
pelo menos se criava alguma coisa, pontes, hidrelétricas,
usinas nucleares, etc. Hoje, o que sobrou foi terra arrasada, venderam
o patrimônio e não colocaram nada no lugar, ou melhor,
colocaram mais dívidas. E os habitantes daquela republiqueta
devem estar felicíssimos com estes acontecimentos, pois com
o seu espírito animalesco reconduziram o Fernando Trambique
Cardoso, o criador da "Teoria da Dependência", para
o emprego de presidente.
Ganha um doce quem adivinhar quem se beneficiou
destas privatizações...
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