US$ 1 TRILHÃO... E É SÓ O COMEÇO!Um trilhão de dólares norte-americanos,
este é o valor estimado pelo jornalista Helio Fernandes sobre
o rombo nos cofres públicos brasileiros desde 1995. Os brasileiros se espantaram, acharam um absurdo sem igual, quando a Rede Globo insinuou que o ex-governante da Indonésia recentemente deposto e que ficou 32 anos no poder, havia roubado do tesouro público da Indonésia a fortuna de US$ 40 bilhões que ele supostamente possui... uma média de US$ 1,25 bilhões por ano. Preocupados prioritariamente com o próximo jogo de futebol ou o próximo capítulo da novela os brasileiros esqueceram de olhar para dentro da própria casa. Helio Fernandes, do Jornal Tribuna da Imprensa, cita na edição de 23 de abril de 1999 os maiores rombos que o pseudo-país chamado Brasil produziu: 1 - Dívida externa. 130 bilhões de dólares em 1 de janeiro de 1995, hoje 280 bilhões. Em 4 anos, foram pagos de juros, mais ou menos 35 bilhões por ano, o que dá o total, só de juros, de 140 bilhões. 2 - Dívida interna. 61 bilhões em 1 de janeiro de 1995, hoje 520 bilhões. Uma parte dessa "dívida" é corrigida em dólares. Juros pagos nesses 4 anos: incalculáveis. Mas por baixo, foram pagos nesse tempo, 200 bilhões. 3 - Privatizações. O próprio governo confessou que em 4 anos de FHC, privatizou empresas no valor de 67 bilhões de dólares ou Reais, não diferia muito. Nas vésperas de cada privatização, fontes do governo explicavam: "O dinheiro das privatizações será aplicado na redução da dívida interna". Como essa dívida cresceu espantosamente, esses 67 bilhões também foram perdidos, não se sabe onde estão. 4 - O PROER levou 32 bilhões segundo dados do próprio governo. Novamente a afirmação oficial: "Tivemos que salvar o sistema financeiro". Agora esse mesmo "sistema financeiro" aparece como um tormento, uma calamidade, catástrofe que derrubará tudo que ficar no caminho. 5 - Importando quinquilharias, madrepérolas, cosméticos ou perfumarias, o governo incentivou o déficit na balança comercial, que chega a assustar até mesmo empresários normalmente tranqüilos. Novamente a palavra do governo: "Importamos para equilibrar os preços internos". E arruinaram o que sempre foi uma constante na vida brasileira: o saldo, às vezes bastante compensador, da balança comercial. 6 - Déficit nas transações correntes. Sempre houveram saldo nessas transações, conseqüência das exportações, da produção, do trabalho de dezenas de milhões de trabalhadores. Como o Brasil não exporta, não há saldo, sai sempre muito mais dinheiro do Brasil do que entra. 7 - Nos dias da desvalorização do Real, nova confissão do governo: "Perdemos 7 bilhões e 600 milhões". É incrível a facilidade com que falam ou manipulam BILHÕES. 8 - Somem quase todos (não todos) esses prejuízos, e vejam se não chegamos "na parede" de 1 TRILHÃO. 9 - E não há, a caminho, nenhuma providência recuperadora, nenhum investimento, nada que indique produção, criação de emprego, esperança, cálculo de progresso ou desenvolvimento a curto, médio ou longo prazo. 10 - A fixação do governo é no FMI. Eles "nos ajudam" a 12 ou 13 por cento ao ano. Para aumentar as reservas que servirão para pagar a eles mesmos. 43 Bilhões de reservas, dizem eles. Para quê? Conforme insinuou a Rede Globo, em 32 anos o ex-ditador da Indonésia, Surhato (ou Suhato, ou ... cada órgão jornalístico apresenta a grafia de uma forma diferente) teria acumulado uma fortuna equivalente a pouco mais de 1 ano do pagamento da dívida externa brasileira! Ou, analisando em dados anualizados, Surhato teria abocanhado 200 vezes menos (US$ 1,25 bilhões/ano) que os donos do poder brasileiro (US$ 250 bilhões/ano), ou ainda, o rombo é superior a 1/3 do PIB (anual) brasileiro, que é de aproximadamente US$ 700 bilhões. Ao exposto por Fernandes ainda cabe acrescentar que a privatização das empresas públicas foi e está sendo realizada a preços muito aquém dos de mercado... é a "partilha" dos bens públicos que a imprensa amestrada conhece muito bem, aliás, participa desta partilha. Além da absurda subvalorização, o pagamento foi feito, na sua maior parte, nas chamadas moedas podres, títulos da dívida pública que são adquiridos no mercado, em muitos casos, por menos de 20% do valor pelo qual são utilizados no pagamento das empresas públicas (valor nominal). No caso do PROER (o programa de socorro aos bancos montado pelos governantes dos brasileiros) aos suspeitíssimos 32 bilhões anunciados oficialmente (o valor real é muito superior) ainda devem ser somados os praticamente desconhecidos empréstimos efetuados pelo erário público aos bancos privados antes da criação do próprio PROER. Só o Banco Bamerindus recebeu empréstimos praticamente diários durante dois anos. Os que pensam que a obscenidade brasileira atingiu o seu ápice que fiquem atentos. O FMI (Fundo Monetário Internacional) já avisou que o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás também devem ser "privatizadas", um processo que na prática já começou. E tem mais, o "grande filé"
nesta história toda ainda não foi arrematado, trata-se
da previdência pública, que sozinha
renderá DOIS TRILHÕES DE DÓLARES. Este é o resultado da selvageria neo-liberal
REAL irremediavelmente implantada em um pseudo-país fraco,
acabado e praticamente extinto chamado Brasil. Enquanto
os donos do poder comemoram o PRIMEIRO TRILHÃO mais de 60
milhões de pessoas vivem abaixo da linha de miséria
absoluta (conforme dados divulgados
pelo Channel 4 de Londres), o desemprego atinge os maiores índices
da história e até a justiça do trabalho
está oficialmente sob investigação com vistas
a ser extinta.
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