A QUEM INTERESSA A RESERVA "INDÍGENA"?
08 de Maio de 2005

Em Abril de 2005 o presidente pindoramense Luiz Inácio Lula-com-cachaça da Silva assinou decreto oficializando a criação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. A reserva gigante terá nada menos que 1.747.464 ha (um milhão, setecentos e quarenta e sete mil, quatrocentos e sessenta e quatro hectares) e terá proibida qualquer atividade extrativista ou agro-pastoril.

Tão logo foi formalizada a criação da reserva "indígena" os índios se rebelaram, pegaram em armas e fizeram reféns os policiais federais que estavam na região. Mas não eram os índios que exigiam a criação da tal reserva "indígena"?

Ganha uma das maiores reservas do mundo de urânio e nióbio (metal raro) quem souber responder.

Parece que faltou às ONGs ambientais (Organizações Neo-Governamentais, mantidas em sua maioria por governos estrangeiros, como o Greenpeace e o WWF) combinarem com os índios que eram eles (os índios) que queriam a reserva...

E assim caminha pindorama, célere, rumo a tornar-se a Colônia Afro-Africana do Estados Unidos do Brazil.

 

Raposa/Serra do Sol: Fracassa negociação para libertar reféns

Fracassaram as tentativas de negociação de interlocutores do Governo de Roraima com os índios rebelados na maloca do Flexal, em protesto pela homologação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol, para libertar os policiais federais feitos reféns desde sexta-feira.

Os indígenas se recusaram a negociar com o secretário de Justiça, coronel César Augusto dos Santos Rosa, e o adjunto do Gabinete Civil, Joaquim Pinto Souto Maior Neto, o Netão, que foram até a aldeia ontem pela manhã.  O secretário do Índio, Adriano Francisco do Nascimento, está no local desde segunda-feira, mas também não conseguiu nenhum entendimento.

Os índios condicionaram a libertação dos reféns à revogação do decreto de homologação da reserva, assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva no dia 15 de abril, e só aceitam conversar com um representante do Governo Federal.  Exigem a presença do próprio presidente, do ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos, ou do presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mércio Gomes.

Durante a visita, os secretários foram impedidos de ver os reféns, que foram desarmados por volta das 10h de ontem, separados e levados para locais incertos.

O coordenador de Comunicação Social do Governo, Rui Figueiredo, que foi encarregado de falar pelos negociadores, disse que não há unidade de comando no Flexal.  Há pelo menos quatro tuxauas comandando o protesto.  Durante as assembléias em que se reúnem para deliberar sobre todos os assuntos, os ânimos se exaltam com freqüência.

No encontro com os secretários, os tuxauas voltaram a dizer que estão prontos para a guerra.  Lembraram que muitos indígenas serviram ao Exército e, por isso, sabem como lidar em situações críticas e agir com cautela para permanecer com os reféns o tempo que for necessário.  “Eles estão crentes que a Polícia Federal vai invadir e estão dispostos a reagir”, salientou Figueiredo.  Informações extra-oficiais davam conta de que a Federal tentaria o resgate nesta madrugada.

O superintendente da Polícia Federal em Roraima, Francisco Mallmann, garante que vai exaurir todas as possibilidades de solução pacífica para evitar o uso da força.  Ele mostrou-se decepcionado com o insucesso da negociação e disse que vai buscar outras alternativas para libertar seus agentes.  Uma das alternativas é o pedido de reforço de militares do Exército para manter a ordem na região.  Mil homens estariam de prontidão para entrar em ação.

O governador Ottomar Pinto (PTB) negou à Polícia Federal o pedido de reforço de cem policiais militares.  Ele entende que o Estado não deve se envolver diretamente nesse conflito que está em área sob jurisdição federal.

COLETIVA - O presidente da Sodiur (Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima), José Novaes, convocou a imprensa para uma coletiva hoje, às 9h, na sede da Sodiur, localizada na avenida Princesa Isabel.  Novaes e os tuxauas Amazonas e José Lauriano falarão sobre a situação no Flexal e vão estabelecer os procedimentos para o acesso da imprensa ao local do conflito.

LOIDE GOMES

Data: 28/04/2005
Fonte: Folha de Boa Vista
Local: Boa Vista - RR
Link: http://www.folhabv.com.br/