A ESTRANHA RELAÇÃO
ENTRE O PRESIDENTE
DOS BRASILEIROS E ALEJANDA
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Quem é Alejandra?Os vizinhos mal conhecem
a pessoa que o presidente visitou. Chama-se Alejandra,
uma morena de presumíveis 36 anos, cabelos longos,
residente no apartamento 105. Uma vizinha informou que
ela aparece por oito ou 10 dias e depois some novamente
durante um mês, às vezes dois. Jornal Tribuna da Imprensa, 03 de Julho de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
'Só um jantarzinho'Após se recusar
a falar no assunto, o Palácio do Planalto apresentou
uma versão para a misteriosa visita que o presidente
Fernando Henrique realizou quinta-feira à noite,
num bairro de classe média em Brasília. Para que o lanche?A versão de
que foi apenas um jantar que levou FH a passar mais
de quatro horas num quitinete do Setor Sudoeste, em
Brasília, conflita com o testemunho dos vizinhos
da anfitriã do presidente, Alejandra. Gosto para tudoEmpregados do prédio visitado pelo presidente, quinta-feira à noite em Brasília, jogam uma ducha de água fria em quem estimula a fantasia: a morena Alejandra, que recebeu FH por mais de quatro horas, não é exatamente uma beldade. "Mas tem gosto pra tudo, não é, moço?", observou um vizinho. Jornal Tribuna da Imprensa, 05 de Julho de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
Alejandra na cabeçaNem ACM, nem Jáder,
muito menos Pimenta da Veiga: quem faz a cabeça
do presidente Fernando Henrique é uma argentina,
Alejandra E. Herrera, a quem ele visitou quinta-feira
durante mais de quatro horas, conforme esta coluna revelou
com exclusividade. Ele chegou às 20h no apartamento
105, um modesto quarto-e-sala do Edifício Free
Way, na QRSW 1, Setor Sudoeste, bairro de classe média
de Brasília, e só saiu de lá à
meia noite e meia. Ah, bomO porta-voz George
Lamaziére, que sexta-feira não quis falar
no assunto, ontem confirmou nota publicada nesta coluna
e disse que Alejandra, "uma antiga amizade da família",
com quem FH trabalhou no Cebrap, seria "funcionária
da Anatel", a Agência Nacional de Telecomunicações. Não chores por mim, BrasilA argentina Alejandra
E. Herrera não é funcionária da
Anatel. Ela tem um contrato de "consultoria"
com a Agência e ganha R$ 11 mil mensais. Privilégios de autoridadeDemonstração
do prestígio de Alejandra é o gabinete
exclusivo que ocupa no 5º andar do prédio
da Anatel, em Brasília. Nem os funcionários
mais graduados têm esse privilégio. O tratamento
especial se estende ao estacionamento da repartição,
onde ocupa a vaga 123 com o seu Chevette verde metálico,
placa JEJ 0415, cujo IPVA de 94 está em aberto
e multas de R$ 197,00 pendentes de pagamento. Um lugar discretoO apartamento de
Alejandra Herrera não tem telefone e passa a
maior parte do tempo fechado. "Ela fica aqui uma
semana, 10 dias, e depois desaparece um mês, às
vezes dois", testemunha uma vizinha. Alejandra
fechou seu apartamento outra vez no último sábado,
à tarde, viajando para Buenos Aires, segundo
informaram na Anatel. Paciente predadorA visita a Alejandra
deve ter sido mesmo muito importante para FH. Mistério permaneceColegas de Alejandra
na Anatel confirmam que ela não é exatamente
uma beldade. Veste-se de forma displicente e usa indumentária
"riponga" - do tipo que parece estar chegando
agora (e a pé) do festival de Woodstock. Feijão com arrozPelo visto, após
apreciar a comida mineira, FH agora prefere bandejão. Jornal Tribuna da Imprensa, 06 de Julho de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
A última a saberA visita de FH à
amiga argentina Alejandra Herrera, quinta-feira à
noite, durante quase quatro horas e meia num apartamento
de quarto-e-sala, em Brasília, era ignorada até
por sua assessoria mais próxima, que, como dona
Ruth, soube do encontro através desta coluna. Ausência garantidaSe estivesse em Brasília,
dona Ruth jamais compareceria ao encontro no quitinete
de Alejandra, segundo uma velha amiga e confidente.
Hora da bruxariaCircula em Brasília
que a argentina misteriosa seria uma espécie
de orientadora do presidente na área de tarô,
búzios e outros balangandãs. Para ninguém saberSegundo o porta-voz
do Planalto, FH foi ao apartamento de Alejandra "participar
de um jantar em homenagem" ao presidente da Anatel,
Renato Guerreiro. Festejaram o sucesso das ligações
interurbanas? Terá sido a primeira homenagem
secreta da história do poder, em Brasília. Jantar de araqueA versão do
"jantar de homenagem" não se sustenta:
cerca de duas horas depois de FH chegar ao quitinete
de Alejandra Herrera, sua segurança providenciou
um lanche, que foi entregue num furgão Fiorino.
Não é exatamente comum alguém receber
o presidente da República para jantar e recorrer
ao disk-pizza para saciar a fome do ilustre convidado.
Jornal Tribuna da Imprensa, 07 de Julho de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
Visitas são mensaisA argentina Alejandra
Estela Herrera Rieznik vai à Brasília
uma vez por mês, daí as ausências
prolongadas atestadas pelos vizinhos do ed. Free Way,
em Brasília, onde o presidente Fernando Henrique
esteve por quatro horas e meia na noite de quinta-feira
da semana passada. Como não vive na capital,
alugou um quitinete barato, que sequer tem telefone,
e circula num carro velho, o Chevette verde metálico
placa JEJ 0415. Além de amiga de FH, ela seria
também uma requisitada vidente residente em Salvador.
Até agora, R$ 50 milO Planalto divulga
que a amiga argentina de FH é "consultora",
para justificar seu contrato com a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações). Esta coluna
apurou que ela já recebeu quase R$ 50 mil (exatamente
R$ 49.995,61) dos cofres públicos, só
nos últimos meses. Ausência no dia DDDO contrato de Alejandra
Herrera com a Anatel objetiva "assessorar o Conselho
Diretor em assuntos relativos à defesa de ordem
econômica, à universalização
dos serviços de telecomunicações
e à elaboração de um novo marco
regulatório para os serviços de comunicação
eletrônica de massa". Apesar do objetivo
pomposo e da natureza do seu contrato, a "especialista"
se ausentou de Brasília exatamente no dia (sábado,
3) da estréia do novo sistema de ligações
interurbanas no País. Já virou piadaDiante da incapacidade
do Palácio do Planalto de elaborar uma explicação
razoável para o encontro de FH com a amiga argentina
Alejandra Herrera Rieznik, surgem em Brasília
"teorias" bem humoradas para a visita: - O
presidente apenas foi dar um apoio contundente ao Mercosul. Jornal Tribuna da Imprensa, 08 de Julho de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
Alejandra na boca do caixaA misteriosa argentina
Alejandra Estela Herrera Rieznik continua embolsando
uma grana preta do erário nacional. No último
dia 2, segunda-feira, ela recebeu da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel) R$ 12.600,00
brutos (R$ 8.865,00 líquidos), quantia superior
ao teto de R$ 8.500,00 brutos pagos a seu amigo presidente
da República, que a visita no seu quitinete no
Setor Sudoeste em Brasília, conforme revelou
esta coluna. Jornal Tribuna da Imprensa, 07 de Agosto de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |
Alejandra: R$ 151 milAgora é oficial
e a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) nem dá bola para o falatório:
cumprindo ordens do Planalto, renovou o contrato de
"consultoria" com a argentina Alejandra Herrera
Rieznik, aquela em cuja quitinete FH passou cerca de
quatro horas e meia na noite 1º de julho deste
ano, conforme esta coluna revelou. Ela vai ganhar R$
12.600,00 por mês ou R$ 151.200,00 em um ano,
o prazo de duração do contrato. Jornal Tribuna da Imprensa, 13 de Agosto de 1999 (Jornalista Claudio Humberto) |