APENAS 26% DOS BRASILEIROS SÃO PLENAMENTE
ALFABETIZADOS, DIZ IBOPE
10 de
Setembro de 2005
SÃO PAULO - A população brasileira plenamente alfabetizada corresponde apenas a 26% das pessoas com idade entre 15 e 64 anos, segundo revela o 5º Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, divulgado nesta quinta-feira (08) pelo Instituto Paulo Montenegro, entidade do Grupo Ibope que atua na área social.
De acordo com Vera Masagão, secretária-executiva adjunta da Ação Educativa, ONG que também participa do estudo, este resultado comprova que o Brasil ainda precisa enfrentar o alfabetismo absoluto, uma vez que o País tem um grupo significativo de pessoas que, embora saibam ler, não conseguem resolver tarefas simples de escrita ou decodificação de frases.
Entre os 26% da população analisada que possui alfabetização completa, 53% são mulheres e 70% ainda não ultrapassou os 34 anos de idade.
Ler e não compreender
A pesquisa revela também que 7% dos brasileiros são analfabetos, o que significa que sequer conseguem compreender palavras. Deste grupo, 81% pertencem às classes D e E, e 77% têm mais de 35 anos de idade. Os homens são maioria, representando 64% dos analfabetos.
Segundo o estudo do Instituto Paulo Montenegro, dois níveis de conhecimento separam as pessoas que não conseguem ler nada, daqueles completamente alfabetizadas. No nível 1, considerado rudimentar, encontra-se 30% da população. Estas pessoas lêem títulos ou frases, mas estão aptas apenas a localizar informações bem explícitas. Apenas 6% deste grupo costumam usar computador e 64% estão nas classes sociais menos favorecidas.
O nível 2 de conhecimento representa 38% da amostra, e é composto por quem consegue ler textos curtos e formular pequenas conclusões. Cerca de 85% destas pessoas fazem parte das classes sociais C, D e E, e a maioria delas tem de quatro a sete anos de estudo.
Novidades
Durante a divulgação dos resultados do 5º Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional, o secretário-executivo do Instituto Paulo Montenegro, Fábio Montenegro, anunciou a criação da versão empresarial do indicador, que passará a medir o nível de alfabetismo do meio corporativo.
Na mesma ocasião, Montenegro informou também sobre o lançamento de três Prêmios INAF, sendo um para os principais projetos acadêmicos sobre alfabetismo funcional, outro para segmentos da sociedade civil que se dedicam ao tema e um terceiro para o setor empresarial.
Vale dizer que o indicador é apurado de dois em dois anos, desde 2001, com o objetivo de medir as habilidades do brasileiro em leitura e escrita, e também em matemática. A idéia é saber como a população utiliza estes conhecimentos em seu dia-a-dia.
Fonte: InfoMoney, 08/09/2005 - 17h23