O ROUBO DA "AQUARELA
DO BRASIL" 17
de Setembro de 2000
A poderosa TV Globo, que sempre apregoou "controlamos
a Justiça, não perdemos nada em nenhum tribunal",
está sendo acionada precisamente na Justiça, lógico.
Motivo: acusada de apropriação indébita, plágio,
violação de direito autoral, abuso de propriedade
intelectual, sabidamente de outros. A ação foi ajuizada
e distribuída (sorteio, que a TV Globo sempre disse que "cai
onde nós queremos") para a 14ª Vara Cível.
Autora da ação: Eliane Egpy
Ganem, professora da Universidade Federal Fluminense, jornalista,
escritora, doutora em Comunicação. Motivo da ação:
a professora-doutora se qualifica na ação ordinária
como autora da obra literária
intitulada "Aquarela do Brasil".
Sem autorização, sem sequer ser consultada, a escritora,
que se diz autora, viu o que escreveu ser adaptado pela TV Globo
e exibido como novela. O valor reclamado como indenização
é o mais alto que a TV Globobo já pagou até
hoje.
Mas uma altíssima fonte da Organização
(e não apenas da TV Globo), logicamente pedindo sigilo, contou
ao jornalista Hélio Fernandes, que publicou a notícia:
"Riram da tua revelação.
E ainda garantiram que essa ação nem vai andar. Se
andar, a Organização faz acordo. Rádios, jornais
e televisões da Organização estão cheios
de ações como essas, que não tiram o sono de
ninguém".
Passados alguns dias a TV Globo tenta, desesperadamente,
um acordo para não pagar indenização sobre
a apropriação do original que acabou se transformando
em novela. O advogado da autora é dos maiores especialistas
do assunto. E a própria autora tem documentos irrefutáveis
sobre a autoria. Só que a TV Globo quer acordo miserável.
Enquanto isso, a novela intitulada "Uga-Uga",
é plágio descarado do filme, "Greystoke - a lenda
do Tarzã". Cenas rigorosamente iguais. Como a do jantar,
quando o neto, ex-Tarzã e rico, toma sopa levando o prato
à boca como faz Lima Duarte.
O filme é muito anterior à novela,
e ninguém vai processar a Globo. No filme e na novela, os
personagens são tão iguais no comportamento que não
dá nem para fingir de semelhança ou coincidência.
Plágio-arrogância-pretensão-mistificação-incredibilidade
e TV-Globo, tudo a ver.
Fonte: Tribuna da Imprensa, dias 2, 4, 8 e 16 de setembro de 2000
(jornalista Hélio Fernandes)
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