BASTIDORES FINANCEIROS DA CAMPANHA ELEITORAL 2006
17 de Agosto de 2007

 

Domingo, Abril 29, 2007

As “Razões” do Entreguismo


Por Jorge Serrão

O Brasil é um País potencialmente rico e com tudo para ser uma poderosa Nação. Mas é mantido artificialmente na miséria por poderes globais que o controlam de fora para dentro. Historicamente, somos uma plataforma de transferência de recursos naturais e financeiros para o exterior. Por isso, o Brasil precisa ser “reinventado” e “redescoberto” política, econômica e psicossocialmente.

Temos o desafio histórico de mudar nossa realidade a nosso favor. Precisamos entregar a Nação a si mesma. O Brasil tem de adotar uma visão estratégica de longo prazo. Precisamos de uma política de Estado com a visão democrática. No máximo, atualmente, temos uma política de governo que é renovada de quatro em quatro anos. Não temos um projeto de Nação para longo prazo.

A Nação brasileira necessita de medidas imediatas e concomitantes, de ordem política, militar, econômica, fiscal e constitucional, para um renascimento institucional. A plena manifestação da Vontade Nacional, o controle social do poder do Estado e o investimento na inteligência social dos brasileiros, com soberania, autodeterminação e independência, são as soluções básicas e imediatas.

Historicamente, o Brasil não nos pertence. Nunca foi nosso, de verdade. O Brasil é uma rica colônia de exploração contemporânea controlada e mantida artificialmente na miséria por um Poder Real externo, cujos interesses e sistemas manipulam uma ociosa oligarquia política interna que pratica o crime organizado nos três poderes do Estado contra os cidadãos. Mas o crime só nos governa porque nós permitimos. Ou nos omitindo, ou nos submetendo a ele e seus reais agentes de controle.

Entender como funciona o mundo real é fundamental. Os cidadãos esclarecidos precisam sair da ignorância e conhecer os reais inimigos de nosso povo e do nosso desenvolvimento. Devem saber que o mundo globalizado é controlado por um “governo secreto” que atua nas sombras. Tal “governo” é exercido por poderosos grupos econômicos que formam uma Oligarquia Financeira Transnacional.

Se alguém duvida disso, é bom ficar esperto sobre alguns movimentos de políticos nos últimos dias e nos próximos dias. Onze governadores de Estados Brasileiros estão fora do Brasil neste feriado prolongado. Estão em Nova York a convite de Mario Garnero, que é um dos representantes dos banqueiros ingleses Rothschild em nosso País – embora as más línguas digam que seu filme anda meio queimado com os “patrões”. Garnero, do Grupo Brasil Invest, organiza o Fórum das Américas, na sede do Council of the Américas. A entidade foi fundada por David Rockefeller, um dos líderes da Oligarquia Financeira Mundial.

Vale sempre lembrar que o pequeno grupo de financistas que mandam no mundo tem uma escalação básica. Os controladores têm entre seus membros de cúpula os Bancos Rothschild, o HSBC, o Barclay’s e o Warburg, a British Petroleum, a Royal Dutch Shell, (do lado inglês e europeu) e o J. P. Morgan, o Kuhn, o Loeb, o Schiff, o Lehman e o Rockefeller, a ExxonMobil e a Chevron (do lado dos EUA). Também entram nesta elite o banco espanhol Santander Central Hispano SA, o norte-americano Bank of América, o Royal Bank of Scotland e o banco belga-holandês Fortis e o holandês ABN Amro.

José Serra (SP), Aécio Neves (MG), Blairo Maggi (MT), Luiz Henrique da Silveira (SC), Marcelo Déda (SE), Roberto Requião (PR), Wellington Dias (PI), Eduardo Braga (AM), Eduardo Campos (PE) e André Puccinelli (MS) falarão a empresários e banqueiros de algumas das mais importantes instituições norte-americanas e inglesas. Os brasileiros vão apresentar aos “investidores” seus principais atrativos, dados macroeconômicos e possibilidades para investimentos em seus Estados. Nesta segunda-feira, todos participam do Forum de Desenvolvimento Sustentável 2007, da Associação das Nações Unidas - Brasil - Anubra.

Especificamente sobre José Serra, pragmático governador tucano, conhecido por ser amigo só de si mesmo, que anda muito próximo dos petistas e do presidente Lula, sonhando sucedê-lo, o jornalista Cláudio Humberto soltou uma notinha enigmática em sua coluna de sexta-feira passada: “O governador de São Paulo, José Serra, viaja sozinho aos Estados Unidos para reuniões no Bird e com Geraldo Alckmin (que ainda nem foi marcada) e ‘palestras’ em Nova York. Mas não informou o local dessas exposições, para grande desapontamento dos admiradores brasileiros que vivem por lá”. É pule de 10 apostar que o papo secreto de Serra será com os representantes dos nossos controladores econômicos. Se não for, troco meu sobrenome de Serrão para serrinha, com letra minúscula.

A classe política brasileira que ocupa o poder é seduzida facilmente pela simpatia da Oligarquia Financeira Transnacional. Os banqueiros internacionais e seus agentes conscientes e inconscientes de controle são muito sedutores. Além disso, a banda do poder mundial toca afinadinha, há séculos. O Clube Bilderberg, a Comissão Trilateral, a Mesa Redonda, o Conselho de Relações Internacionais (CFR, sigla de Council on Foreign Relations), a Comissão Européia, as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e tantas outras entidades corporativo-financeiro-estatais formam a rede universal do Poder Real. Eles mandam. Nossos políticos amestrados obedecem.

São entreguistas por natureza histórica. Afinal, é mais cômodo para uma classe política ociosa como a nossa. O entreguismo pode ser definido como uma ideologia, ou interesse político, que preconiza entregar à exploração de capital estrangeiro os recursos naturais do País e sua própria economia. Trata-se da absoluta “Falta de Vontade Nacional”. Ou a negação ideológica dela. No Brasil, tal pensamento “está sempre na moda”.

O papel colonizado de entreguista (ou de anti-nacional) é uma característica histórica dos nossos dirigentes políticos. As ideologias por eles pregadas são meros instrumentos de dominação daqueles que nos governam e controlam, de fato, mesmo sem direito para isto. Estas “ideologias fora do lugar” (como o neoliberalismo) são oferecidas ao cidadão-eleitor-contribuinte como mercadoria político-eleitoral.

Na eleição presidencial de 2006, os interesses dos controladores ficaram bem amarrados nos apoios de grandes grupos de poder internacionais aos principais candidatos. O Centro Tricontinental (sediado na Bélgica) jogou suas fichas em Lula e no time do Foro de São Paulo. Saiu vencedor. A Comissão Trilateral (também européia) apostou em Heloísa Helena. E o norte-americano CFR (Council on Foreign Relations), que opera o Diálogo Interamericano, fechou com Geraldo Alckmin - que agora virou “professor” nos EUA. Quando retornar, os brasileiros assistirão que aula ele dará.

A Oligarquia Financeira Transnacional tem pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas, políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses transnacionais. Os controladores apostam no acirramento das diferenças regionais. O negócio deles é dividir para governar. Por isso, investem em ideologias que aparentemente se opõem, para criar o caldo de divisão nas nações que controlam.

Todos devem prestar atenção agora no caso boliviano. Um movimento que exige autonomia para a região mais rica da Bolívia ameaça deflagrar um confronto separatista armado contra o governo do cacique Evo Morales. Contando com cerca de 12 mil homens armados, treinados por paramilitares colombianos, o movimento Nação Camba reivindica um território que inclui os estados de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija. Lá estão localizados os principais campos de gás e petróleo da Bolívia, explorados pela Petrobras.

Militares brasileiros temem que, em caso de conflito, a Venezuela intervenha, criando instabilidade na fronteira. Nossas tropas já estão mobilizadas para o risco deste conflito que pode estourar, a qualquer momento, na América Latina. Tudo para alegria da indústria bélica que tantos lucros rende à Oligarquia Financeira Transnacional que a controla. O pau vai comer. E quem tem muito poder vai ganhar ainda mais grana. Eis a realidade cruel do nosso mundo Globalizado.

A previsão é de furacão no pasto. A vaca já está no brejo. O Boi vai encontrá-la brevemente. E vida que segue.

Fonte: Alerta Total