Por Jorge Serrão
O Brasil é um
País potencialmente rico e com tudo para ser uma poderosa Nação. Mas é mantido
artificialmente na miséria por poderes globais que o controlam de fora para
dentro. Historicamente, somos uma plataforma de transferência de recursos
naturais e financeiros para o exterior. Por isso, o Brasil precisa ser
reinventado e redescoberto política, econômica e
psicossocialmente.
Temos o desafio histórico de mudar nossa realidade a
nosso favor. Precisamos entregar a Nação a si mesma. O Brasil tem de adotar uma
visão estratégica de longo prazo. Precisamos de uma política de Estado com a
visão democrática. No máximo, atualmente, temos uma política de governo que é
renovada de quatro em quatro anos. Não temos um projeto de Nação para longo
prazo.
A Nação brasileira necessita de medidas imediatas e concomitantes,
de ordem política, militar, econômica, fiscal e constitucional, para um
renascimento institucional. A plena manifestação da Vontade Nacional, o controle
social do poder do Estado e o investimento na inteligência social dos
brasileiros, com soberania, autodeterminação e independência, são as soluções
básicas e imediatas.
Historicamente, o Brasil não nos pertence. Nunca foi
nosso, de verdade. O Brasil é uma rica colônia de exploração contemporânea
controlada e mantida artificialmente na miséria por um Poder Real externo, cujos
interesses e sistemas manipulam uma ociosa oligarquia política interna que
pratica o crime organizado nos três poderes do Estado contra os cidadãos. Mas o
crime só nos governa porque nós permitimos. Ou nos omitindo, ou nos submetendo a
ele e seus reais agentes de controle.
Entender como funciona o mundo real
é fundamental. Os cidadãos esclarecidos precisam sair da ignorância e conhecer
os reais inimigos de nosso povo e do nosso desenvolvimento. Devem saber que o
mundo globalizado é controlado por um governo secreto que atua nas sombras.
Tal governo é exercido por poderosos grupos econômicos que formam uma
Oligarquia Financeira Transnacional.
Se alguém duvida disso, é bom ficar
esperto sobre alguns movimentos de políticos nos últimos dias e nos próximos
dias. Onze governadores de Estados Brasileiros estão fora do Brasil neste
feriado prolongado. Estão em Nova York a convite de Mario Garnero, que é um dos
representantes dos banqueiros ingleses Rothschild em nosso País embora as más
línguas digam que seu filme anda meio queimado com os
patrões. Garnero, do Grupo Brasil Invest, organiza o Fórum
das Américas, na sede do Council of the Américas. A entidade foi fundada por
David Rockefeller, um dos líderes da Oligarquia Financeira Mundial.
Vale
sempre lembrar que o pequeno grupo de financistas que mandam no mundo tem uma
escalação básica. Os controladores têm entre seus membros de cúpula os Bancos
Rothschild, o HSBC, o Barclays e o Warburg, a British Petroleum, a Royal Dutch
Shell, (do lado inglês e europeu) e o J. P. Morgan, o Kuhn, o Loeb, o Schiff, o
Lehman e o Rockefeller, a ExxonMobil e a Chevron (do lado dos EUA). Também
entram nesta elite o banco espanhol Santander Central Hispano SA, o
norte-americano Bank of América, o Royal Bank of Scotland e o banco
belga-holandês Fortis e o holandês ABN Amro.
José Serra (SP), Aécio Neves
(MG), Blairo Maggi (MT), Luiz Henrique da Silveira (SC), Marcelo Déda (SE),
Roberto Requião (PR), Wellington Dias (PI), Eduardo Braga (AM), Eduardo Campos
(PE) e André Puccinelli (MS) falarão a empresários e banqueiros de algumas das
mais importantes instituições norte-americanas e inglesas. Os brasileiros vão
apresentar aos investidores seus principais atrativos, dados macroeconômicos e
possibilidades para investimentos em seus Estados. Nesta segunda-feira, todos
participam do Forum de Desenvolvimento Sustentável 2007, da Associação das
Nações Unidas - Brasil - Anubra.
Especificamente sobre José Serra,
pragmático governador tucano, conhecido por ser amigo só de si mesmo, que anda
muito próximo dos petistas e do presidente Lula, sonhando sucedê-lo, o
jornalista Cláudio Humberto soltou uma notinha enigmática em sua coluna de
sexta-feira passada: O governador de São Paulo, José Serra, viaja sozinho aos
Estados Unidos para reuniões no Bird e com Geraldo Alckmin (que ainda nem foi
marcada) e palestras em Nova York. Mas não informou o local dessas exposições,
para grande desapontamento dos admiradores brasileiros que vivem por lá. É pule
de 10 apostar que o papo secreto de Serra será com os representantes dos nossos
controladores econômicos. Se não for, troco meu sobrenome de Serrão para
serrinha, com letra minúscula.
A classe política brasileira que ocupa o
poder é seduzida facilmente pela simpatia da Oligarquia Financeira
Transnacional. Os banqueiros internacionais e seus agentes conscientes e
inconscientes de controle são muito sedutores. Além disso, a banda do poder
mundial toca afinadinha, há séculos. O Clube Bilderberg, a Comissão Trilateral,
a Mesa Redonda, o Conselho de Relações Internacionais (CFR, sigla de Council on
Foreign Relations), a Comissão Européia, as Nações Unidas, o Fundo Monetário
Internacional (FMI), o Banco Mundial e tantas outras entidades
corporativo-financeiro-estatais formam a rede universal do Poder Real. Eles
mandam. Nossos políticos amestrados obedecem.
São entreguistas por
natureza histórica. Afinal, é mais cômodo para uma classe política ociosa como a
nossa. O entreguismo pode ser definido como uma ideologia, ou interesse
político, que preconiza entregar à exploração de capital estrangeiro os recursos
naturais do País e sua própria economia. Trata-se da absoluta Falta de
Vontade Nacional. Ou a negação ideológica dela. No Brasil, tal
pensamento está sempre na moda.
O papel colonizado de entreguista (ou
de anti-nacional) é uma característica histórica dos nossos dirigentes
políticos. As ideologias por eles pregadas são meros instrumentos de dominação
daqueles que nos governam e controlam, de fato, mesmo sem direito para isto.
Estas ideologias fora do lugar (como o neoliberalismo) são oferecidas ao
cidadão-eleitor-contribuinte como mercadoria político-eleitoral.
Na
eleição presidencial de 2006, os interesses dos controladores ficaram bem
amarrados nos apoios de grandes grupos de poder internacionais aos principais
candidatos. O Centro Tricontinental (sediado na Bélgica) jogou suas fichas em
Lula e no time do Foro de São Paulo. Saiu vencedor. A Comissão Trilateral
(também européia) apostou em Heloísa Helena. E o norte-americano CFR (Council on
Foreign Relations), que opera o Diálogo Interamericano, fechou com Geraldo
Alckmin - que agora virou professor nos EUA. Quando retornar, os brasileiros
assistirão que aula ele dará.
A Oligarquia Financeira Transnacional tem
pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O
primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu
território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas,
políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses
transnacionais. Os controladores apostam no acirramento das diferenças
regionais. O negócio deles é dividir para governar. Por isso, investem em
ideologias que aparentemente se opõem, para criar o caldo de divisão nas nações
que controlam.
Todos devem prestar atenção agora no caso boliviano. Um
movimento que exige autonomia para a região mais rica da Bolívia ameaça
deflagrar um confronto separatista armado contra o governo do cacique Evo
Morales. Contando com cerca de 12 mil homens armados, treinados por
paramilitares colombianos, o movimento Nação Camba reivindica um território que
inclui os estados de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija. Lá estão localizados os
principais campos de gás e petróleo da Bolívia, explorados pela
Petrobras.
Militares brasileiros temem que, em caso de conflito, a
Venezuela intervenha, criando instabilidade na fronteira. Nossas tropas já estão
mobilizadas para o risco deste conflito que pode estourar, a qualquer momento,
na América Latina. Tudo para alegria da indústria bélica que tantos lucros rende
à Oligarquia Financeira Transnacional que a controla. O pau vai comer. E quem
tem muito poder vai ganhar ainda mais grana. Eis a realidade cruel do nosso
mundo Globalizado.
A previsão é de furacão no pasto. A vaca já está no
brejo. O Boi vai encontrá-la brevemente. E vida que segue.