Aos vinte do mês de Setembro
de 1836, primeiro da independência e liberdade
Rio-Grandense, nesta vila de Jaguarão, às
quatro horas da tarde, abriu-se a sessão com
cinco senhores vereadores e, tomando assento, o Sr.
presidente disse haver convocado a Câmara para
fazer-se presente neste momento a deliberação
da maioria da província, respeito a ficar desligada
da família brasileira, instituindo um governo
republicano.
E, sendo aprovada com unânime
aplauso de toda a Câmara esta nova instituição,
deliberou o Sr. presidente e foi aprovado que isto se
fizesse público por editais e se oficiasse ao
Exmo. Sr. Comandante Superior Bento Gonçalves
da Silva, mostrando-lhe a deliberação
que tomou este corpo municipal, pedindo queira dirigir
interinamente o leme do governo deste Estado, como chefe
dele e protetor da República e liberdade Rio-Grandenses,
devendo marcar o dia em que há de se proceder
à eleição dos deputados para a
Assembléia Constitucional, em cuja mão
deve depositar os poderes que ora interinamente se lhe
confiam, para que esta os transmita a quem achar conveniente.
Em seguida o Sr. presidente deu
os vivas seguintes:
- Viva a independência!
- Viva o Exmo.
Sr. Comandante Superior Bento Gonçalves da
Silva, chefe do Estado!
- Viva a Revolução
de 20 de Setembro de 1835, e todos os livres que
cooperaram para ela!
Os quais com regozijo e grande
entusiasmo foram repetidos pela Câmara e demais
circunstantes que estavam presentes.
E não ocorrendo mais nada,
lavrou-se esta ata, que se aprovou e firmou, e fechou-se
a sessão.
Eu, Joaquim Floriano de Paiva,
secretário, a escrevi.
Domingos Moreira José
Fernandes Passos João Antônio de Oliveira
Vale Manuel Gonçalves Meireles Severino
Antônio de Medeiros |