ENTENDA A POLÍTICA BRAZILEIRA DO DESEMPREGO
27 de Maio de 2001

Graças ao fenômeno artificial denominado de "globalização" a situação social das massas populacionais tem se precarizado de forma extremamente acelerada. Na republiqueta brazileira, laboratório mundial da política neo-liberalizante-imbecilizante, a situação social e, em especial, do emprego, atingiu, em apenas uma década, patamares inacreditáveis. A política do desemprego deliberadamente adotada naquela republiqueta mostrou-se uma das mais eficientes do mundo.

Em qualquer lugar civilizado do planeta há um grande esforço para amenizar o problema do desemprego. Na republiqueta brazileira, mundialmente conhecida por contrariar todos os padrões éticos, morais e racionais, o esforço é no sentido oposto, visando aumentar o desemprego e o pânico, de forma que a população aceite mais facilmente a precariedade social, humana e moral à qual está sendo submetida.


DESORDEM E REGRESSO
Uma das formas mais eficientes de se amenizar o problema do desemprego é reduzindo a jornada semanal de trabalho, de forma que mais pessoas possam trabalhar para manter os níveis de produção, mas os brazileiros, seguindo sua tradição, fazem justamente o oposto. Tramitam no parlamento brazileiro projetos de lei que eliminam as já desrespeitadas garantias trabalhistas, como o pagamento de horas extras e férias anuais remuneradas. Estas garantias, inspiradas na Itália de Mussolini, foram adotadas por Getúlio Vargas na década de 1930 e desde então só tem involuido e hoje são consideradas, no Brazil, um "entrave ao progresso". Progresso de quê, cara pálida?
A Rede Globo, através de seus programas "jornalísticos" convence os brazileiros de que trabalhar de graça para o patrão é "necessário e moderno", exibe "reportagens" mostrando que nos Estados Unidos da América do Norte (a Metrópole proprietária da colônia brazileira) isso é "normal", depoimentos são colhidos com pessoas que, mesmo em férias, ligam para o trabalho diariamente e verificam seus e-mails três vezes ao dia, ou seja, mostram as (bastante suspeitas) exceções com se fossem a regra.

Outra eficiente medida que pode ser adotada para diminuir a pressão sobre o mercado de trabalho é incentivar as pessoas aptas a se aposentar para que o façam e, simultaneamente, transferir renda para as pessoas aposentadas, de forma que estas  realmente se retirem do mercado de trabalho e vivam decentemente com os proventos da sua aposentadoria. Novamente os brazileiros violentam a racionalidade. Na republiqueta brazileira os aposentados vivem na miséria, com suas insignificantes aposentadorias. Não obstante, o presidente dos brazileiros e representante oficial dos interesses estadunidenses, Aposentado Henrique Americanoso, os chama publicamente de vagabundos, mesmo tendo, ele próprio, se aposentado aos 38 anos de idade, através de estratagemas não claros e de honestidade questionável. Além disso a Rede Globo, de propriedade do Roberto Marinho, homossexual (¹) e dono da mente dos brazileiros, através de seus programas "jornalísticos" e suas novelas, incentiva a contratação de aposentados, afirmando que eles não precisam ficar em filas nos bancos nem pagar para utilizar os serviços de transporte coletivo urbano. Que aberração! Além de agravar o problema do desemprego utilizando os aposentados como massa de manobra e obrigando-os a trabalhar até a morte (isso me lembra a época dos escravos) o Roberto Marinho ainda passa por bondoso e preocupado com estes mesmos aposentados.
Saliento, para que não pairem dúvidas, que não estou defendendo que os aposentados sejam banidos da sociedade, mas que possam viver de forma digna, participando ativamente da vida economica e social, com os proventos das suas aposentadorias, ou seja, com o resultado do trabalho efetuado ao longo do seu tempo de serviço.

Por outro lado, na outra ponta do mercado de trabalho, também podem ser adotadas eficientes medidas para diminuir a pressão incidente sobre os índices de desemprego. Estou falando de retardar a entrada de novos trabalhadores no mercado. Fazer isso é muito fácil. Basta manter os jovens o máximo possível na escola, assim eles não apenas evitarão contribuir para o aumento do desemprego, mas também se tornarão profissionais altamente qualificados, aptos a receber proventos muito mais elevados. Vemos aqui, novamente, que a republiqueta brazileiresca possui valores morais e racionais completamente distorcidos. Os jovens são desincentivados a melhorar a sua qualificação, a propaganda oficial anuncia que apenas o segundo grau é suficiente ou, quando muito, um precário curso complementar de informática é recomendado. Quando a meta de reduzir ao mínimo a quantidade de estudantes universitários for atingida certamente os brazileiros passarão a afirmar que o curso secundário é desnecessário, bastando o curso primário. Esta "estratégia" [risos] de desenvolvimento torna óbvio que esta republiqueta é meramente uma colônia estadunidense, e colonizados não precisam de qualificação, precisam apenas consumir os produtos excedentes da metrópole que os controla.

Mas os brazileiros confiam que a republiqueta brazileiresca é o país do futuro. Pobres coitados imbecilizados...

R. S.

 

(¹) Conforme Roméro da Costa Machado, nos livros "Afundação Roberto Marinho" e "Afundação II".