ETA: 50 ANOS DE LUTA PELA LIBERDADE
Odiado pelos adeptos do colonialismo, amado pelos adeptos da liberdade, ETA completa hoje 50 anos de luta pela independência do País Basco
31 de julho de 2009

O País Basco (em língua basca Euskal Herria, que significa literalmente "Terra do Euskara") é uma região histórico-cultural localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França, cortada pela cadeia montanhosa dos Pirenéus e banhada pelo Golfo de Biscaia. A região basca tem uma cultura própria, sobretudo pela língua, o euskara, considerada a língua mais antiga da Europa. Ao longo dos últimos milhares de anos o País Basco foi ocupado por inúmeros colonizadores, mas todos, absolutamente todos foram derrotados e expulsos... a liberdade tardou em alguns momentos, mas sempre chegou. Atualmente o País Basco está ocupado pela Espanha e em 31 de julho de 1959 foi fundada a organização mais ativa na restauração da independência basca: o grupo separatista ETA, que significa, em basco, Pátria Basca e Liberdade ("Euskadi Ta Askatasuna").

O ETA buscou a via pacífica para a independência. Seus objetivos foram defendidos no plano político pela coligação Batasuna, antes denominada Herri Batasuna (HB) e Euskal Heritarrok (EH). O Batasuna, braço político do ETA foi declarado ilegal em março de 2003 pelo governo espanhol de ocupação.

Rechaçado e expulso da cena política pelo governo espanhol, o ETA adotou métodos armados para a restauração da Pátria Basca. Ético até onde a luta permite, o ETA assinala fartamente com tinta spray os locais e imediações onde são instaladas bombas e artefatos explosivos, evitando que algum desavisado provoque detonação acidental ou permaneça no local. Adicionalmente o ETA efetua três ou quatro telefonemas (simultâneos ou quase simultâneos) para a polícia, avisando sobre o local da bomba, do horário da explosão e, assim, permite que os locais e adjacências sejam evacuados evitando vítimas. Os locais preferidos para colocar bombas são aqueles ligados diretamente ao governo de ocupação, ou seja, instalações militares, policiais e agências de cobrança de impostos (equivalente à Secretaria da Receita Federal do Brasil). Ainda são conhecidos como alvos prioritários os políticos e traidores que facilitam ou atuam para perpetuar a ocupação espanhola ou facilitar a cobrança de impostos destinados ao governo central em Madrid.

Nas últimas duas décadas o Povo Gaúcho também tem buscado a sua independência pelas vias pacíficas e políticas, inclusive com a tentativa de criação do braço político denominado Partido Farroupilha. Assim como no caso do ETA, os Gaúchos também foram rechaçados e perseguidos em suas tentativas de diálogo e luta política.