OS EUA CONTRATAM NARCOTRAFICANTES ESTADUNIDENSES PARA "COMBATER" DROGAS NA COLÔMBIA
26 de Agosto de 2001

 

A Dyncorp de Oliver North (o mesmo do escândalo Irã-Contras) foi flagrada pela polícia de Bogotá enviando heroína pura pros EUA

A Dyncorp de Oliver North, a mais "manjada" das sete empresas militares norte-americanas privadas - na verdade, biombos rotos de mercenários -, contratadas pelo Departamento de Estado dos EUA para a luta "contra a droga" na Colômbia, foi pega pela polícia do Aeroporto de El Dorado, de Bogotá, enviando a Washington frascos com um líquido viscoso que, submetido a um narcoteste, deu 100% de heroina pura.

A notícia não pôde mais ser abafada quando o jornal canadense The Nation conseguiu acesso, mediante ação judicial, aos arquivos secretos da DEA. Os jornalistas tomaram conhecimento do caso pela declaração de um general da polícia antinarcóticos colombiana, logo depois destituído. O caso foi silenciado pela intervenção direta norte-americana em Bogotá.

Os vôos do império para a "erradicação" da droga na Colômbia, usando as fumigações criminosas que não resolvem o problema da droga mas destroem todas as plantações lícitas e causam enormes problemas de saúde à população, são operados pela Dyncorp, a mesma companhia militar de Oliver North que foi usada nos anos 80 para levar armas aos contras nicaragüenses. E para transportar a cocaína para pagar as armas, lógico, para não fazer só um lado da operação mundialmente conhecida como Irã-contras.

À justiça colombiana chegam permanentemente causas contra a Dyncorp que, rapidinho e misteriosamente, desaparecem dos expedientes. Dez funcionários seus foram processados alguns meses atrás, por um embarque de anfetaminas. Michael Demosns, também funcionário da dita cuja, morreu faz dois meses atrás num hospital da cidade de Caquetá, por overdose de cocaína. Os pilotos, regiamente pagos, trabalham 15 dias e descansam os outros 15 fora do país, fato que segundo observadores escancara que passam 15 dias juntando e consumindo drogas, e 15 dias levando-as e distribuindo-as nos EUA.

Os aviões mercenários da "empresa" do crápula Oliver North operam na Colômbia, entram e saem do país sem nenhum tipo de controle por parte do governo. Quando o presidente Pastrana tentou, imprensado pela evidência do tráfico e consumo de drogas daqueles elementos, estabelecer um controle, foi sumariamente barrado. O Departamento de Estado dos EUA impôs, na execução do Plano Colômbia, que as autoridades do país sul-americano não tivessem qualquer tipo de "ingerência" nas movimentações dos funcionários ianques, e criou a NAS para dirigir os operativos, armação que funciona na sua Embaixada em Bogotá. O ano passado, na mala diplomática, a esposa do militar ianque responsável pela luta contra as drogas na Colômbia enviava os estupefacientes e o coronel lavava o dinheiro depositando-o em ‘lavanderias’ nos Estados Unidos.

Fonte: Jornal Hora do Povo, 21/Ago/2001.