EUA FOMENTAM
O TERRORISMO Uma campanha mediática de âmbito mundial apresenta os EUA como o campeão do combate ao terrorismo. A figura dos «estados bandidos ou terroristas», criada pela Casa Branca, é invocada para justificar agressões imperiais e impor sanções a países como o Irão, a Líbia e o Iraque.
Terrorismo e narcotráfico Chamarei a atenção somente para três casos em que a responsabilidade dos EUA na difusão do terrorismo é transparente. Na Colômbia, Washington
não esconde a sua simpatia pela acção dos bandos
para-militares de Castaño. O chefe desse grupo terrorista
é elogiado pela «eficácia» com que luta
contra a guerrilha das FARC, de Marulanda. Na realidade, os bandos
de Castaño desenvolvem actividades de genocídio. Têm
assassinado milhares de camponeses e destruído dezenas de
aldeias. As suas milícias para-militares recebem armamento
do Exército, mas o financiamento é norte-americano. No que se refere ao Afeganistão,
os EUA aparecem como responsáveis pela montagem da maior
«escola» de terroristas do mundo contemporâneo.
Logo no início da Revolução Afegã, a
CIA, com o aval da Casa Branca, criou nos acampamentos do Paquistão
cursos de formação de terroristas. Mais tarde, os Taliban, quando
recebiam apoio político e ajuda financeira de Washington,
também prepararam muitos quadros terroristas.
Aliados preferenciais Nos anos que precederam a agressão
à Jugoslávia, o governo dos EUA difundiu uma imagem
falsa do UÇK, apresentando os seus membros como patriotas
que lutavam pela liberdade do Kosovo. O Departamento de Estado tinha
provas de que se tratava de uma organização terrorista
ligada ao narcotráfico. O desenvolvimento da história
é conhecido. OS EUA armaram e financiaram o UÇK e
trataram-no como aliado preferencial. No seu Relatório de 23.12
99, a Amnistia Internacional responsabiliza esse aliado por «assassínios,
sequestros, ataques violentos, intimidações e incêndios
de casas diários». Um relatório confidencial
da ONU, elaborado a pedido do secretario geral Kofi Anan - publicado
pelo semanário «Observer», e citado por Jorge
Cadima no «Avante» (23.3.99) - acusa o Corpo de Protecção
do Kosovo (o novo nome adoptado pelo UÇK) de «actividades
criminosas, assassínios, maus tratos e torturas, policiamento
ilegal, abuso de autoridade, intimidação, quebra de
neutralidade política e incitamento ao ódio.» O presidente Clinton insiste
enfaticamente no empenhamento dos EUA em combater o terrorismo por
identificar nele uma ameaça à humanidade. Mas os factos
provam que os EUA são o principal responsável pela
expansão do terrorismo. Essa é a realidade. Uma realidade inseparável da política externa dos EUA que pela sua agressividade, farisaísmo e ambição imperial configura a maior ameaça à humanidade desde a época do III Reich alemão.
Fonte: Jornal Avante! - Nº 1379 - 04 de Maio de 2000. |