HINO DOS EUA É VAIADO EM SHOW DE GUITARRISTA
EM PORTO ALEGRE 06 de Outubro
de 2001
O show do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen,
na noite de terça-feira (02/out), em Porto Alegre, terminou
em tumulto devido às vaias do público ao hino norte-americano.
Vivendo nos Estados Unidos, o guitarrista, considerado um dos melhores
do mundo, lembrou dos "loucos" que explodiram o World
Trade Center, no dia 11 de setembro, e tentou várias vezes
tocar a música do hino, mas foi impedido pelo público
de jovens presentes ao Bar Opinião.
"Deus abençoe a América e danem-se todos vocês", gritou Malmsteen, em inglês, ao se despedir,
provocando a ira da platéia.
Cercados pelos jovens, os integrantes da banda
foram obrigados a sair correndo do palco direto para a van que servia
de transporte. Único americano da banda, o tecladista Derek
Sherinian publicou em seu site da internet uma nota qualificando
Porto Alegre de cidade "terceiro-mundista
cheia de caipiras". "Ver manifestações antiamericanas
na CNN é ruim, mas estar no meio de uma delas é ainda
mais assustador", escreveu.
O atrito entre a banda e o público
começou depois de uma hora de show, quando Malmsteen falava
dos atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos. "Loucos
fizeram uma coisa horrível e atrasaram nossa programação",
disse, iniciando a execução do hino norte-americano.
Alguns jovens começaram a vaiar..., mas o guitarrista prosseguiu
a apresentação. O sueco voltou a tocar o hino mais
três vezes, sendo vaiado sempre.
Ao apresentar a banda, o guitarrista fez questão
de dizer que todos eles viviam nos Estados Unidos, e ameaçou
não fazer o bis se as manifestações prosseguissem. "Vocês vão continuar vaiando
o hino dos Estados Unidos? Se continuarem, eu paro de tocar", disse em inglês. Uma parte do público
aplaudiu e outros vaiaram, enquanto o tecladista Derek Sherinian
trocava sinais obscenos com alguns jovens.
Ao final do show, Malmsteen tentou novamente
executar o hino na guitarra, mas foi interrompido por uma vaia mais
forte e ininterrupta. Alguns jovens ainda gritaram "Bin Laden".
Fonte: Tribuna da Imprensa, 05
de outubro de 2001 |