ORGANIZAÇÕES GLOBO APLICAM GOLPE NA BOLSA DE VALORES
04 de Novembro de 2000

 

A Globocabo, propriedade do Roberto Marinho, que também é dono da mente dos brazileiros, é "exemplo de empresa que abriu o capital só para enganar o público", diz Hélio Fernandes, que denuncia o golpe.

Os Marinho fizeram entrada triunfal na bolsa. Sendo donos de tudo o que se pode imaginar no Brasil (em matéria de comunicação são mais importantes do que o gangster Ruppert Murdoch), decidiram entrar nesse cassino que é a Bovespa. Lançaram então a Globocabo, que ninguém sabia o que era. Mas vinha lastreada pela "organização".

Essa Globocabo, com pouco tempo, já tem história. Foi colocada no mercado a um preço superior pouca coisa a 1 real e meio (preço unitário), mas puxaram violentamente o papel, usando de todos os artifícios. Não demorou, as ações da Globocabo estavam a 4,70. (Novamente: preço unitário, valendo 10 vezes mais do que a Petrobras, uma gargalhada só.)

Logicamente venderam adoidado (ou seria melhor dizer tranqüilamente?), ganharam fortunas, a ação veio para 1,29 por ação, o menor preço. Mas já haviam ganho fortunas. Abriram opções, conseguiram com o senhor Riskala (que pelo nome não se perca) participar do Índice, absurdo completo.

Na sexta-feira (25/Ago/2000) deram entrevista coletiva, mistificaram o mercado. Confessaram prejuízo de 68 milhões. E os lucros? Ficam com eles, claro.

E a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela fiscalização? Está desaparecida, como sempre. "A CVM não vale nada, não manda nada, não fiscaliza nada, não tem autonomia de vôo para nada. Se resolver investigar alguma coisa, contrariar os poderosos do 'mercado' ou do 'sistema', corre o risco de desaparecer, no mínimo, no mínimo, seus membros serão substituídos por outros mais dóceis e mais razoáveis", arremata Fernandes.

 

Fonte: Tribuna da Imprensa, 31 de Agosto de 2000.