A
LINGUAGEM POÉTICA DO MATE
Mais
uma vez nos ocupamos do mate e sua influência nos amores campesinos.
Até fins do século passado - da mesma forma que o
leque nas sociedades citadinas - possuía a erva-mate o dom
de conversar uma pitoresca linguagem amorosa. E é de se crer
que ela representasse um importante papel nos namoros singelos dos
velhos tempos; pois as sinhazinhas encontravam no mate um mensageiro
calado e fiel. Assim falavam os namorados do Rio Grande
provinciano: Mate com mel - quero casar contigo. Mate
com açúcar queimado - simpatia. Mate com canela
- só penso em ti. Mate com açúcar - amizade.
Mate frio - desprezo. Mate com sal - não apareças
mais aqui. Mate com casca de laranja - vem buscar-me
Mate muito amargo - chegaste tarde, já tenho um amor
Mate lavado - vá tomar mate noutra casa!....
Trecho extraído do
livro "História do Chimarrão", de Barbosa
Lessa.
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